Por Amanda Viegas
14 de ago de 2018 Bem-estar do aluno
A escola é um espaço de socialização por excelência, que possibilita a crianças e adolescentes o encontro com um universo além do ambiente familiar. Justamente pela variedade de estilos, culturas e valores a escola também se caracteriza como um espaço de conflitos. Aprender a lidar com os conflitos escolares de forma positiva é essencial para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e de um ambiente escolar sustentável.
O senso comum leva a perceber o conflito como sinônimo de problema, afinal ele incomoda e desestabiliza relacionamentos. Contudo, os conflitos em si não são bons ou ruins, apenas naturais da condição humana. Cada um percebe o mundo de uma forma única e por isso existem divergências quanto às ideias e opiniões. Quanto maior a diversidade, mais conflitos existirão – e isso é normal.
Continue lendo este artigo e conheça três maneiras de lidar de forma positiva com os conflitos escolares.
Quando enxergamos o conflito como algo negativo reagimos a ele com negação, fuga ou violência - seja ela verbal, física ou psicológica. Nessa abordagem, o outro é visto como um adversário, que deve ser vencido. Há pouca cooperação e espaço para o diálogo.
Por outro lado, quando percebemos o conflito como algo positivo reagimos a ele de forma construtiva. Por mais que incomodem, as divergências abrem portas para que mudanças aconteçam e relacionamentos sejam fortalecidos. Os conflitos funcionam como alavanca para aperfeiçoar a cooperação, o diálogo e o ambiente de convívio.
Manter uma boa relação entre professor e aluno é essencial para que os conflitos sejam vistos de outra maneira. O educador deve ser visto como um mediador e não como um inimigo. Além de ajudar a resolver as questões mais facilmente, um bom relacionamento pode contribuir ainda mais para o ambiente de estudo, garantindo maior desenvolvimento dos alunos.
Quanto maior a identificação com uma causa, mais nos responsabilizamos e contribuímos para sua efetivação. Crianças e adolescentes têm necessidade de se sentir parte de algo. Sendo assim, para que um sistema de regras de convivência na escola seja efetivo, é preciso incluir os estudantes no processo de criação das normas.
Em uma próxima situação de conflitos, tente envolver a turma na criação de uma solução e analise se o cumprimento do acordo foi mais efetivo.
Nem todas as divergências podem ser resolvidas e entender isso é fundamental. Para os conflitos latentes, que estão na iminência de ocorrer, a melhor estratégia é a prevenção. Um exemplo são os trabalhos que envolvem a conscientização e ações estratégicas relacionadas à prevenção do bullying na escola.
Há conflitos, por sua vez, que não são solucionáveis, uma vez que é impossível extinguir os motivos que lhes causaram. Os conflitos decorrentes da diferença de gerações são um exemplo, uma vez que é impossível dissolver a diferença de idade. Sendo assim, é necessário desenvolver estratégias criativas para gerenciar tais divergências. Por exemplo, criar espaços de troca de experiências, para que educadores e alunos conheçam a realidade uns dos outros.
Por fim, há conflitos que podem ser resolvidos. Para estes é necessário envolver todas as partes relacionadas para que, através do diálogo, possam compreender a situação, construindo soluções em cooperação. Assim, os estudantes desenvolvem uma noção de responsabilidade e respeito ao lidar com suas relações sociais.
Lidar com os conflitos é um dos grandes desafios da escola no mundo contemporâneo. Além disso, as mudanças no cenário educacional são cada vez mais frequentes e, muitas vezes, lidar com essas transformações é desafiador. Quer saber mais sobre o assunto? Assista à entrevista com o professor Leandro Karnal:
Você conhece outras maneiras de lidar com os conflitos escolares? Compartilhe suas experiências nos comentários!
Texto escrito por Anelice Teixeira