Por Amanda Viegas
11 de maio de 2020 Bem-estar do aluno
Temas relacionados à prática do bullying, sobretudo no âmbito escolar, têm se tornado bastante recorrentes. Considerado um problema de saúde pública, suas consequências negativas têm impacto tanto no bem-estar do aluno quanto em seu processo de aprendizagem.
Preparamos este artigo sobre o tema, pois é imprescindível que a escola saiba o que é o bullying, como essa prática pode afetar sua realidade e dos seus estudantes e como combater tais ocorrências. Confira!
A palavra tem origem na língua inglesa, no verbo “to bully”, e tem como significado o ato de ameaçar, agredir ou intimidar uma pessoa indefesa. O bullying pode estar relacionado a vários tipos de agressão, que se diferenciam a partir do modo como são praticados.
São pelos menos 10 os tipos de bullying, classificados como: físico, verbal, material, sexual, familiar, psicológico, moral, social, preconceituoso e ciberbullying.
Vale ressaltar que essa ação é realizada de maneira intencional e recorrente, e comumente acarreta danos físicos e psicológicos nas vítimas. No contexto educacional, o bullying causa dificuldades de aprendizagem, de concentração e insegurança, além de intensificar a evasão escolar.
Também chamado de vitimização, o bullying já é considerado uma questão de saúde pública. Alguns estudos examinaram as consequências a médio e longo prazo, identificando riscos associados à transtornos emocionais como ansiedade, depressão, transtornos alimentares, entre outros.
As consequências do bullying podem afetar desde a esfera individual do aluno até a toda dinâmica escolar. A vítima pode ter vários aspectos de sua construção de identidade e personalidade afetados, além da perda iminente do desempenho escolar.
Nesse cenário, reprovação ou abandono escolar, episódios de indisciplina, também se apresentam como consequências para todos os envolvidos na dinâmica escolar.
Para solucionar tal impasse, é importante que a escola não negligencie e busque compreender as práticas de intimidação sistemática, para que seja possível realizar intervenções imediatas e elaborar estratégias para lidar com o assunto de forma apropriada.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE sobre a saúde dos estudantes brasileiros mostra que a aparência física é um dos principais motivos de bullying nas escolas.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE, em sua terceira edição, apontou que a metade dos alunos entrevistados (46,6%) diz que já sofreu algum tipo de bullying e se sentiu humilhado por colegas da escola. O estudo que abrangeu mais de 2 milhões de estudantes indica ainda que 7,4% desses alunos, o que equivale a 195 mil docentes, disseram que essa humilhação não é pontual e acontece com frequência.
Entre os principais motivos das intimidações sistemáticas estão questões relacionadas à imagem ou aparência corporal e do rosto, raça ou cor, orientação sexual, religião e região de origem.
A escola pode lidar com o bullying através de medidas de prevenção e estratégias de intervenção. A seguir, apresentamos as ações e a maneira de colocá-las em prática.
Na prevenção, a escola trabalha com a conscientização dos alunos e da família acerca do assunto, deixando claro que é uma prática negativa, imoral e que, caso ocorra, terá suas devidas penalizações para os agressores. Essa medida é importante pois muitos estudantes não sabem da gravidade do bullying e que existe uma lei cujo objetivo é a criminalização dessas ocorrências.
Uma forma de trabalhar com a prevenção do bullying é o desenvolvimento socioemocional dos estudantes, contribuindo para a formação de alunos mais empáticos, que saibam lidar melhor com conflitos em geral.
O número de casos desse tipo de intimidações sistemáticas tende a diminuir em escolas que trabalham com o socioemocional, uma vez que os estudantes passam a respeitar mais as diferenças e conseguem se comunicar de forma mais clara e com menos anseio caso alguma agressão ocorra, sentindo-se mais confortáveis para procurar a direção escolar e a pedir ajuda.
Para combater a ocorrência do bullying com medidas de intervenção, as instituições de ensino precisam capacitar os professores e toda a equipe pedagógica para que identifiquem e lidem com o conflito, estando atentos ao comportamento dos jovens e mantendo os canais de comunicação sempre abertos.
Com isso, as vítimas recebem o suporte necessário para superar e enfrentar o que aconteceu, e o agressor é punido, tendo a noção que seus atos foram errados e que isso não poderá ocorrer novamente.
Citamos anteriormente que um dos tipos de bullying é o virtual, conhecido como cyberbullying. Em cenários como o atual, onde o uso da tecnologia aparece com um recurso imprescindível para o processo de ensino-aprendizagem, é fundamental que os educadores se atentem para as possíveis agressões realizadas através de redes sociais ou em ambientes virtuais.
O abuso psicológico e moral de um estudante por outros pode acontecer por e-mails, aplicativos de conversas ou redes sociais, com mensagens hostis ou ameaçadoras. Nesses eventos de bullying virtual, é muito comum que o anonimato dos agressores se baseie na utilização de perfis falsos, dos quais são enviados uma série de mensagens com o intuito de expor indevidamente a imagem de alguém, humilhar, difamar ou atentar contra a integridade da vítima.
O bullying pode ser combatido com medidas de prevenção e de intervenção. Isso pode ser feito por meio de desenvolvimento socioemocional dos alunos e também com uma formação e capacitação do corpo docente em relação a essa prática.
O mais importante é que tanto os alunos quanto a família e toda a equipe escolar precisam estar esclarecidos em relação ao assunto, sabendo da sua seriedade e consequências.
A consciência dos malefícios ocasionados pelo bullying gera empatia, que, por sua vez, gera tolerância, transformando positivamente a convivência social. Essa compreensão pode ser proporcionada por meio do trabalho socioemocional. Preparamos um e-book sobre o assunto, para entender melhor como esse desenvolvimento pode ajudar a lidar com o bullying, confira:
Como a sua escola lida com o bullying? Comente abaixo!