Por Amanda Viegas
24 de jul de 2018 Cidadania
Nos dias de hoje há uma busca muito grande pela aceitação da diversidade e do empoderamento das minorias. No entanto, apesar da sociedade estar passando por um contexto de mudança, o preconceito ainda está presente em todo lugar e na sala de aula não é diferente.
Isso acontece pelo fato de que alguns espaços da nossa sociedade ainda são especialmente propícios ao surgimento da discriminação. E a escola, por ser um ambiente em que crianças e adolescentes exercem uma enorme pressão dos pares uns sobre os outros (também conhecida como peer pressure), acaba se mostrando como um desses espaços.
Mas a escola também é um lugar de formação e aprendizado. Assim, também conta com ótimas oportunidades voltadas para o combate ao preconceito em sala de aula e fora dela.
Continue lendo esse artigo e saiba de algumas atitudes que podem ajudar o professor a combater qualquer tipo de preconceito entre os estudantes, de maneira que seja possível formar pessoas mais conscientes, tolerantes e abertas ao futuro que vem sendo construído. Confira!
A princípio, pode parecer que as manifestações de preconceito entre os alunos se restrinjam às diferenças raciais. Contudo, é possível que haja muitos outros tipos de discriminação ocorrendo na escola.
Mesmo nas instituições em que se adota o uniforme completo, acabam sendo frequentes as hostilidades em relação aos acessórios e materiais escolares dos estudantes, principalmente com aqueles que não têm condições de adquirir os itens da moda. A discriminação também tende a atingir alunos tímidos, com aparência fora dos ditos padrões ou simplesmente com desempenho ruim em uma ou outra disciplina (sobretudo naquelas que envolvem atividades coletivas, como Educação Física). Outro tipo de preconceito que tem emergido nos últimos tempos diz respeito às questões de gênero.
É preciso que os educadores se atentem a manifestações de bullying e situações de isolamentos causadas pelo preconceito. Além disso, é essencial que o professor tenha uma boa relação com seus alunos, de maneira que o aprendizado possa se tornar mais efetivo e as manifestações de isolamento possam ser identificadas mais facilmente.
Ainda que a discriminação não apareça de maneira explícita na escola, pode ser interessante abordar o assunto junto aos alunos para conscientizá-los, por meio do diálogo, sobre preconceitos latentes dos quais eles frequentemente sequer se dão conta.
Seja por meio da literatura ou de debates com os alunos mais velhos; ou de dinâmicas e narração de histórias com os mais jovens. A discriminação deve ter espaço como tema de conversas intermediadas pelo educador. Se o preconceito é construído pela sociedade, para erradicá-lo é preciso contar com a desconstrução. E isso pode ser feito em sala, ensinando o estudante a se colocar no lugar do outro e enxergar que, apesar das diferenças, todos merecem respeito.
Uma pesquisa realizada sobre o preconceito pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INEP), em 2009, mostrou que 93,3% dos entrevistados possuíam algum tipo de preconceito racial, socioeconômico, de gênero, orientação sexual ou territorial. Essa porcentagem corresponde a mais de 18 mil pessoas em 500 escolas do país, incluindo não apenas estudantes, como também pais, educadores e funcionários da instituição.
Diante desses números e do fato de que o preconceito dos jovens pode ser entendido como um reflexo das atitudes dos adultos, conclui-se que o combate à discriminação também deve chegar aos professores e demais profissionais direta e indiretamente envolvidos no processo educativo.
A conscientização sobre seus próprios preconceitos e a abertura para aprender com os alunos são ótimas vias. Dessa forma, é possível não apenas ensinar ao estudante a ser tolerante como ainda servir de modelo para que ele tome certas atitudes no seu dia a dia.
Uma vez que a atitude dos adultos reflete muito nos alunos, é importante que a escola mantenha um bom relacionamento com a família. A partir disso, é possível que haja momentos para falar sobre o bullying e o preconceito abertamente com os familiares. Quer saber como melhorar o relacionamento entre escola-família? Baixe o infográfico: